Conferência Pública 18 de Novembro Lisboa

A história do Cristianismo parece poder dividir-se em três fases bastante distintas entre si, o cristianismo actual, cujo início se encontra no século IV, o cristianismo primitivo, que se estende do século II ao século III e um cristianismo críptico, de que nada se conhece directamente e que corresponde ao século I.

O Cristianismo actual corresponde à hegemonia daquela que se chamava a si própria igreja geral e que está na base de todas as confissões cristãs actualmente existentes no Ocidente.

No Cristianismo primitivo parece poder descortinar-se com segurança (sobretudo a partir das descobertas de Nag Hammadi), a coexistência de muitas tendências dentro do cristianismo, todas aparentadas do ponto de vista doutrinário e filosófico, mas com diferenças notáveis no que diz respeito à vivência da fé e à natureza da experiência religiosa que dela decorre.

Através deste cristianismo primitivo, tentar-se-á vislumbrar o que poderá ter sido o cristianismo críptico do século I e ver se no século XXI, 2000 anos depois, a mesma onda de renovação que perpassou todo o mundo antigo, ainda pode ser captada e vivida de tal modo que também nós possamos dizer com verdade: o Pai e eu somos um.